O Berço Cultural do Brasil

Rafael Schunk

Artes Visuais: Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte
Orientador: Professor Dr. Percival Tirapeli

Palavras-chave: berço cultural, Brasil


O Berço Cultural do Brasil é um projeto que propõe resgatar as influências artísticas que emanaram do Estado de São Paulo para outras regiões, a partir imaginária religiosa de um dos primeiros grandes artistas nacionais: Frei Agostinho de Jesus. A vinda deste escultor para o mosteiro dos beneditinos de Santana de Parnaíba/SP, a partir de 1643, transforma o panorama cultural do país, um significativo momento no início das artes plásticas. Nesta vila produziu suas obras-primas. A série de imagens em barro remanescentes desta localidade integra umas das primeiras escolas brasileiras de escultura religiosa em que podemos documentar. A partir deste evento formam-se um conjunto de mestres que seguirão padrões e tradições até os princípios do século XVIII, “diluindo-se” nos arcaísmos da cultura caipira dos séculos XIX e XX. A estas tradições podemos chamar de “Escola Cultural do Vale do Rio Tietê”, de influências eruditas sobre populares. Paralelamente, os caminhos que nos levam para o Rio de Janeiro, entre a Serra do Mar e da Mantiqueira “floresce” uma cultura de santeiros anônimos em meados do século XVII, a “Escola Cultural do Vale do Rio Paraíba do Sul”, de padrões populares sobre eruditos. Toda essa “movimentação” artística irá percorrer as estradas das bandeiras acompanhando a expansão do país. Somam-se, na tese, a catalogação e atribuição de novas escolas culturais no planalto paulista confrontando conexões estilísticas entre mestres e seguidores, formadores de um “maneirismo” de influências. É a busca pelas origens da identidade brasileira.A pesquisa busca revelar, contribuir e despertar as investigações dos padrões estéticos da arte sacra paulista, abrindo caminho para novas reflexões sobre o pensamento do patrimônio histórico, visto que o progresso alcançado na região Sudeste dispersou grande parte dos registros barrocos de nosso passado material, fundadores de uma civilização. A classificação desta produção interiorana em dois grandes blocos tradicionais, com suas exceções, grupos artísticos, mestres e anônimos propõe contribuir para a valorização da arte colonial paulista, uma das “células-mater” da cultura no Brasil.


raschunk@aliancadobrasil.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário