O Teatro nos Palcos Paulistanos na Perspectiva de Um Espectador

José Cetra Filho
Artes Cênicas: Teoria, Prática, História e Ensino.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Luiz Mate

Palavras-chave: espectador, teatro brasileiro, palcos paulistanos.

A pesquisa compreende a seleção e a análise de espetáculos teatrais brasileiros encenados nos palcos paulistanos nas últimas cinco décadas, sob o ponto de vista de um espectador, que sou eu. Essa análise, sob um enfoque totalmente inédito que é o da perspectiva do espectador, pressupõe reflexão e descortinar metodológico, senão novo, pelo menos, desbravador. De certa forma, o percurso da pesquisa isenta o sujeito epistêmico dos habituais didatismos de um professor, da alardeada neutralidade do crítico e do rigor analítico requerido dos historiadores. Assim posto, a análise aqui proposta permite ao pesquisador lidar com o campo da emoção e com o das recordações que a memória guardou, não só de bons ou maus espetáculos, mas também de acontecimentos curiosos e tão importantes quanto aqueles ocorridos no palco. Não são poucos os teóricos que insistem quanto ao fato de que a obra teatral deve surpreender o espectador pela conjunção entre razão e emoção, sobretudo por conta de ser, em boa parte dos casos, pela via da sensibilidade que a razão absorve um trabalho.

josecetra@terra.com.br

A arte pública e o corpo despossuído de território no processo de urbanização

Élder Sereni Ildefonso
Artes Cênicas: Teoria, Prática, História e Ensino
Orª Profª Drª Carminda Mendes André

Palavras-chave: Espaço público; corpo artístico; intervenção urbana

Esta pesquisa tem como foco o centro da cidade de São Paulo, com relação às funcionalidades do espaço urbano e sua utilização pelos transeuntes que convivem no local, com análise do ritmo, da dinâmica, das relações sociais, da arquitetura, das paisagens visual e sonora, da urbanização e da ocupação do espaço. Tal análise visa caracterizar um lirismo urbano e seu potencial performativo, buscando elementos correspondentes aos utilizados na arte urbana, com especial atenção para o Festival Internacional Visões Urbanas, bem como mapear possíveis elementos correlatos entre vida urbana, arquitetura e criação artística performativa. Através deste estudo,  acredita-se contribuir significantemente para a revitalização do ambiente urbano degradado com a ocupação e utilização artística do espaço. 

O Berço Cultural do Brasil

Rafael Schunk

Artes Visuais: Abordagens Teóricas, Históricas e Culturais da Arte
Orientador: Professor Dr. Percival Tirapeli

Palavras-chave: berço cultural, Brasil


O Berço Cultural do Brasil é um projeto que propõe resgatar as influências artísticas que emanaram do Estado de São Paulo para outras regiões, a partir imaginária religiosa de um dos primeiros grandes artistas nacionais: Frei Agostinho de Jesus. A vinda deste escultor para o mosteiro dos beneditinos de Santana de Parnaíba/SP, a partir de 1643, transforma o panorama cultural do país, um significativo momento no início das artes plásticas. Nesta vila produziu suas obras-primas. A série de imagens em barro remanescentes desta localidade integra umas das primeiras escolas brasileiras de escultura religiosa em que podemos documentar. A partir deste evento formam-se um conjunto de mestres que seguirão padrões e tradições até os princípios do século XVIII, “diluindo-se” nos arcaísmos da cultura caipira dos séculos XIX e XX. A estas tradições podemos chamar de “Escola Cultural do Vale do Rio Tietê”, de influências eruditas sobre populares. Paralelamente, os caminhos que nos levam para o Rio de Janeiro, entre a Serra do Mar e da Mantiqueira “floresce” uma cultura de santeiros anônimos em meados do século XVII, a “Escola Cultural do Vale do Rio Paraíba do Sul”, de padrões populares sobre eruditos. Toda essa “movimentação” artística irá percorrer as estradas das bandeiras acompanhando a expansão do país. Somam-se, na tese, a catalogação e atribuição de novas escolas culturais no planalto paulista confrontando conexões estilísticas entre mestres e seguidores, formadores de um “maneirismo” de influências. É a busca pelas origens da identidade brasileira.A pesquisa busca revelar, contribuir e despertar as investigações dos padrões estéticos da arte sacra paulista, abrindo caminho para novas reflexões sobre o pensamento do patrimônio histórico, visto que o progresso alcançado na região Sudeste dispersou grande parte dos registros barrocos de nosso passado material, fundadores de uma civilização. A classificação desta produção interiorana em dois grandes blocos tradicionais, com suas exceções, grupos artísticos, mestres e anônimos propõe contribuir para a valorização da arte colonial paulista, uma das “células-mater” da cultura no Brasil.


raschunk@aliancadobrasil.com.br