RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES - Jornada 2011

Coletivo Parabelo em performance durante a Mesa 7
Foto: Gabriela Caetano


MESA 7

Carlos Ataide Ferreira
Mestrando em Artes/UNESP

“O PENTATEUCO, D’OS FOFOS ENCENAM: UM PROCESSO DE CRIAÇÃO DRAMATÚRGICA E CÊNICA NO CONTEXTO DAS TEATRALIDADES CONTEMPORÂNEAS”
Área de concentração – Artes Cênicas / Linha de Pesquisa – Estética e poéticas cênicas
Orientador: José Manuel Lázaro de Ortecho Ramirez

Esta pesquisa tem por objetivo descrever o processo de construção dramatúrgica e cênica do novo projeto cênico da Cia. Os Fofos Encenam, com a intenção de compreender a sua gênese, seu modus operandis, sua essência, o sentido produzido nas intersecções desta experiência. No princípio, Os Fofos Encenam criaram o Assombrações do Recife Velho (2005) e o Memória da Cana (2009). O terreiro estava, então, fertilizado para o Pentateuco e um sopro de festa agitava seu exército: a comemoração dos seus dez anos ininterruptos de exercício cênico na cidade de São Paulo. Hoje, o tempo e o lugar são de festa, fé e criação cênica. Fé com festa. Teatro com fé e com fé no teatro; e com a danada da fé cênica. Em São Paulo. Em Piracicaba. Em Recife. Em Vicência (PE). Primeiro ano da segunda década do século XXI. É o florescimento do Pentateuco e um êxodo para o amadurecimento artístico de Os Fofos Encenam ou, simplesmente, d’Os Fofos como se autodenominam seus participantes. O Pentateuco germinou após ter sido contemplado com o Programa Petrobrás Cultural/2010 no qual Os Fofos elegem a cana-de-açúcar e o sagrado como protagonistas de seu novo engenho teatral a ser gestado entre março de 2011 a dezembro de 2012, com estreia prevista para julho de 2012 (quando se encerra esta pesquisa), na cidade de São Paulo. Esse projeto d’Os Fofos empreende um passeio histórico evolutivo da relação do Brasil com a cana-de-açúcar e pretende investigar as implicações deste vínculo na formação da sociedade brasileira, pesquisando traduções cênicas para esta ligação. O texto dramatúrgico será construído em cinco atos, cada ato dialogando com aspectos relevantes ou fatos históricos ligados ao cultivo da cana-de-açúcar nos seus cinco séculos de reinado em sintonia com os livros do Pentateuco (lista dos cinco primeiros livros constituinte do Antigo Testamento e da Torah). Nessa trajetória, também há de se exercer uma discussão sobre o sagrado nas relações familiares, no trabalho, nas festas e na religiosidade da “comunidade da cana”. É fundamental frisar que também sou sujeito do meu objeto de pesquisa. Aqui o foco não está na obra, mas no processo. O ator passa a ter uma colaboração decisiva na construção do espetáculo e do texto dramatúrgico. A criação vem do espaço do ensaio: as concepções cênica e dramatúrgica surgirão do processo. Há a pluralização da autoria que terá na voz do encenador-orquestrador um organizador desta teatralidade, conforme a define Josette Féral em Teatro, teoría y práctica: más allá de las fronteras (2004). Os seguintes temas do projeto cênico do Pentateuco d’Os Fofos: a promessa da concepção, a eleição de territórios e processos, a aliança entre os pares e as leis, regras, definições e conceitos estabelecidos são os fios de ouro que se entrecruzam na trama do Pentateuco do Antigo Testamento e continuarão seu curso por todo o novo testamento que será edificado pelos Os Fofos e perseguido por mim nesta pesquisa.
Palavras-chave: Processo criativo – Encenação –Teatralidade contemporânea.

Adriana Honorato Gonçalves
aluna regular PPG IA UNESP

Título da pesquisa: QUESTÕES PRELIMINARES SOBRE ASPECTOS DOS VAZIO NA ARTE CONTEMPORÂNEA
Artes visuais – Processos e procedimentos artísticos
Orientador: Prof. Dr. Sergio Romagnolo

Resumo: A pesquisa apresenta uma reflexão sobre a relação da arte contemporânea com alguns aspectos do vazio como as noções de desejo e falta, vazio existencial e ausência. O objetivo é entender porque a arte contemporânea parece ter predileção pelo vazio, reivindicando-o e jogando com suas diferentes formas. Assim, o estudo começa com uma análise sobre a produção artística recente e obras que possuem em sua poética um lugar de valor ao vazio. Depois segue-se com uma breve reflexão sobre as mudanças ocorridas no período moderno relacionadas a queda da soberania religiosa, a ruptura da arte com as tradições e questões contemporâneas como individualismo, indiferença e liberdade. Finalmente realiza-se um estudo sobre a falta comum a todos, relacionando arte e psicanálise.

Maria Eugênia Santos Monção Caldas
Aluna do curso de extensão “Experimentos em Performance I”

TRADIÇÃO E CONTEMPORANEIDADE: OS CARETAS DA PRAIA DO FORTE E A PERFORMANCE

Este artigo pretende estudar os “caretas” de Praia do Forte, distrito de Mata de São João na Bahia, investigando a relação entre as manifestações artísticas populares e a performance, apontando aspectos coincidentes e como podem influenciar criação fazer artístico. De outro lado a Praia do Forte tem se modificado muito com o turismo e os caretas refletem essas transformações.
Palavras Chave: Máscara, Contemporâneo, Tradicional, Performance.

Milene Valentir Ugliara
Mestranda PPG IA UNESP

ERRÂNCIAS URBANAS: O COLETIVO MAPA XILOGRÁFICO E SUAS INTERVENÇÕES PELA CIDADE.
Orientadora: Carminda Mendes André.

Este trabalho se constitui como uma reflexão a partir de ações do coletivo Mapa Xilográfico em intervenções junto a moradores de diversos bairros da cidade. O grupo atua desde 2006 na construção de um mapa de urbanização da cidade de São Paulo, fazendo uma residência artística bairro a bairro, permanecendo por alguns meses em contato com o lugar e seus moradores, investigando a história não-oficial, resultando em um documentário, publicação e outras ações como derivas, intervenções urbanas e construção de instalações. Em cada região, um convite é feito aos estudantes e educadores de uma escola pública e moradores do bairro, para formarem um coletivo que, durante alguns meses, compartilhará a criação artística. Durante a execução do projeto as ações interferem no cotidiano escolar e do próprio bairro, trazendo matizes novas, onde pulsa a criação e a relação do conhecimento com a rua. Desta forma, pretende-se mostrar, de que maneira a ação do coletivo causa essas interferências nos bairros onde atua e no ambiente escolar no intuito de provocar ressignificações das possibilidades de atuação ou participação nos diversos espaços.
PALAVRAS-CHAVE: escola; intervenção; cidade.

Denise Pereira Rachel
Vínculo institucional: Programa de Pós-graduação do Instituto de Artes da UNESP

EDUC(AÇÃO) – PERFORMANCE COMO PROPOSTA PARA O ENSINO DE ARTES
sob orientação de Carminda Mendes André.

As inquietações em torno do modelo tradicional de ensino de artes perpetuado em grande parte das escolas públicas da cidade de São Paulo, da dicotomia entre saber formal e vida, do conhecimento artístico como área marginalizada dentro do contexto escolar, são o ponto de partida para esta narrativa estético-pedagógica. A partir destas inquietações, iniciei uma investigação teórico-prática que integra os trabalhos que realizo como professora da rede municipal de ensino e como performer integrante do Coletivo Parabelo, para propor a linguagem da performance como zona de experimentação e construção de conhecimento em arte educação. Desse modo, tenho desenvolvido ações criadas coletivamente e presentificadas em espaços variados como a rua, a escola, centros culturais localizados em regiões periféricas da cidade, no intuito de discutir os limites de acesso ao conhecimento e ao bem cultural impostos pelas instituições responsáveis por esta difusão. Como recorte para esta narrativa, escolhi a proposta de arru(ação) elaborada pelo Coletivo Parabelo dentro do projeto Perfografia, como possíveis Zonas Autônomas Temporárias, conceito de Hakim Bey, para produção e reflexão coletiva em arte, a partir da perspectiva de possíveis interfaces estabelecidas entre performance e educação.
Palavras-chave: arte educação, performance, políticas culturais.

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